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Crise, Re-estruturação e Turnaround: a oportunidade de começar “do zero”.


Este texto foi publicado pelo Eduardo Matsushita e em minha opinião, reflete com muita propriedade a situação em que se encontram atualmente a grande maioria das empresas no Brasil.


Vale a pena a leitura e a reflexão.


Crise, Re-estruturação e Turnaround: a oportunidade de começar “do zero”.

Tenho realizado inúmeros projetos e tenho “ouvido” de todos os lados, pessoas, empresas, CEOs, a urgente necessidade de se re-estruturar.

Tenho conversado com alguns dos top-CRO’s (Chief Re-estructuring Officers) do Brasil, mais conhecidos como “Re-estruturadores” ou “Turnarounders” do Brasil – e eles, a despeito da “crise”, estão trabalhando COMO NUNCA.

Tenho falado com empresas em “crise”, que já estão vivendo grandes re-estruturações – possivelmente tarde demais.

Tenho falado com empresas que NÃO foram tão afetadas pela crise, e nem por isso estão deixando de se re-estrututrar.

Falo com CEOs com Instituições Financeiras, Fundos de Private Equity, Investidores Institucionais e Privados – e a ordem do dia é qual? Re-estruturação, “back to basics”, “produtividade”, “downsizing organizacional”, foco no resultado.

Já disse várias vezes em meus textos, que esta crise, apesar de muito séria, está criando muitas oportunidades. E não são somente “oportunidades” que surgem “por causa” da crise , mas sim oportunidades que surgem, devido às consequências da crise.

Vejo enormes oportunidades de APRENDIZADO, principalmente para os executivos/empresários da minha geração, que cresceram profissionalmente durante os “Golden Years” do Brazil, nos últimos 15 anos talvez. Muitos destes meus “contemporâneos”, hoje com 40 a 45 anos viveram um momento de muita prosperidade, alguns deles se transformaram em CEOs, Empresários, Profissionais de muito sucesso. Muitos ficaram milionários – aliás o Brasil foi um dos países que mais “ganharam” milionários/bilionários nas últimas 2 décadas.

Quase tudo conspirou a favor: Melhora do ambiente institucional e econômico, o boom das commodities, a ascensão das classes C e D para o mercado de consumo, o boom imobiliário (que transformou donos de dois apartamentos em milionários neste período), o boom salarial (nível executivo – sabiam que alguns CEOs do Brasil ganhavam mais do que os chefes deles em Chicago, Frankfurt ou Londres?), o boom de consumo, o boom da do varejo, oboom do crédito farto e fácil para pessoas e empresas.

No entanto, hoje percebemos que muitas destas “evoluções” foram “maquiadas”, pois hoje que a “água abaixou”, percebemos algumas de nossas fragilidades. Vou listar aqui algumas delas:

  • Estamos “à mercê” de um modelo exportador de “commodities” agrícolas e minerais – com a queda da demanda mundial (lê-se China), estamos perigosamente dependentes de “poucos clientes” e “produtos de baixo valor agregado”;

  • A nossa indústria, via de regra, não desenvolveu tecnologias e inovações próprias para nos tornarmos mais competitivos em termos tecnológicos com o resto do mundo; quase não existem indústrias de cunho tecnológico em que o Brasil é claramente um relevante player global;

  • O desemprego estava “artificialmente” baixo, pois o que na prática acontecia é que muitas pessoas NÃO ESTAVAM procurando emprego – hoje muitas destas pessoas ESTÃO procurando emprego – e a tendência é de piora neste quadro;

  • A riqueza gerada no país, não se deu por meio de um GRANDE SALTO DE PRODUTIVIDADE OU DE VALOR AGREGADO DE NOSSOS PRODUTOS, mas sim pelos dólares que entravam via exportação de commodities – o que na prática, beneficia no longo prazo, um pequeno número de pessoas. Claro, no curto prazo, a oferta de empregos aumentou, o que aumentou a renda do trabalhador e aumentou o consumo interno. PORÉM, o “bottom line” é que aprendemos a consumir, mas não aprendemos a CRIAR/INOVAR e não aprendemos a produzir de maneira mais eficiente. Resultado: não somos competitivos globalmente por não termos produtos novos/inovadores e por termos custos altos.

  • Não aproveitamos a boom econômico para facilitarmos o “doing business in Brazil”; muito pelo contrário – ouço todos os dias de empresas e empresários estrangeiros que é MUITO DIFÍCIL fazer negócios no Brasil devido principalmente a dois motivos: burocracia, corrupção e complexidade e alto custo tributário.

Mas alguns vão me perguntar: MAS EDUARDO, VOCÊ QUE É UM OTIMISTA: O que você está vendo de OPORTUNIDADES para as CONSEQUENCIAS DESTA CRISE?

Minha RESPOSTA: MUITAS, INÚMERAS, INFINITAS. Por que? Listarei aqui alguns motivos, advindos de minha experiência com re-estruturação de empresas e de ter conversado nos últimos tempos com CROs/ Turnarounders de ponta:

  • Em momentos como este, talvez seja preciso COMEÇAR DO ZERO. Aliás, a MELHOR (e talvez ÚNICA) OPORTUNIDADE DE REPENSARMOS O NOSSO PAÍS E OS NOSSOS NEGÓCIOS “DO ZERO”. Será que estamos fazendo o que de fato FAZ SENTIDO NO LONGO PRAZO? Será que a empresa está sendo O MAIS PRODUTIVA POSSÍVEL? Será que temos o MELHOR PROCESSO PRODUTIVO? Será que temos o MELHOR PRODUTO? Será que estamos com a TECNOLOGIA MAIS INOVADORA? Será que estamos LIDERANDO as empresas de maneira EFETIVA, com PROPÓSITOS E OBJETIVOS CLAROS? Será que não é preciso VOLTAR A PENSAR COMO PENSAM HOJE AS “START UPS”, como se estivéssemos ainda “na garagem” de casa?

  • Em momentos como este, talvez seja preciso revisar TODO O MODELO DE NEGÓCIOS, TODA A CULTURA EMPRESARIAL, TODA A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, TODAS AS COMPETÊNCIAS REQUERIDAS PARA A EMPRESA TER SUCESSO;

  • Em momentos como este, talvez seja preciso revisar QUAIS TIPOS DE PESSOAS precisam compor as LIDERANÇAS das empresas e também COMO AS EMPRESAS se tornarão ATRATIVAS para os TIPOS E PESSOAS QUE ELAS PRECISAM para compor um TIME QUE IRÁ LIDERAR a empresa num momento TRANSFORMACIONAL como este;

  • Talvez neste momento, seja necessário LÍDERES, que sejam TRANSPARENTES e DIRETOS na comunicação do que precisa ser feito; e ao se ter que tomar decisões potencialmente “impopulares”, agir de forma JUSTA e ENÉRGICA. Justa para quem sai, justa para quem fica. Enérgica, pois em momentos como este, timing é tudo. Procrastinações do que precisa ser falado (e feito), via de regra, só pioram a situação;

  • Certamente NESTE momento, os principais líderes de qualquer EMPRESA, precisa ter a CORAGEM E A RESILIÊNCIA de FAZER O QUE PRECISA SER FEITO para a empresa passar por este momento crítico (MAS TALVEZ ESSENCIAL) para CONSTRUIR a sua PERENIDADE.


Eduardo Matsushita

Eduardo é Sócio e CEO da CEO INFINITAS (www.ceo-infinitas.com), consultoria em Recrutamento de Executive Directors, CEOs e Conselheiros de Administração; Projetos de Estruturação e Evolução de Governança Corporativa; Projetos Estratégicos em Liderança Executiva e de Conselho e Programas de Sucessão de CEOs/Executivos para Multinacionais de Grande Porte, Empresas Nacionais ou Familiares e Empresas Investidas por Private Equity Funds.

É também um entusiasta e estudioso sobre o tema CARREIRAS DE CEO’s e tem atuado também como Career Counselor e Executive/Business Coach para Executivos de Topo, notadamente CEOs, Empresários, Acionistas e Conselheiros de grandes empresas multinacionais e nacionais de grande porte.


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